Aprenda a fazer usando papelão ou madeira.
Atenção:Se for fazer de madeira pesa ajuda a um profissional em carpintaria.
Instruções:Primeiro você compra um papel que é chamado de papel carbono,junte todas as folhas em números.
Exemplo: A1,A2,A3,A4.
B1,B2,B3,B4.
C1,C2,C3,C4.
D1,D2,D3,D4.
As folhas vam ficar assim,quando você juntar elas desse jeito ai de cima você coloca o papelão em cima das folhas e coloca o papel carbono em baixo das folhas e passa o desse das folhas pro papelão,dai e só cortar.
Em cada pesa tem um espaço que é onde as pesas se em caixão ai você corta ele da finura do seu papelão.
Qualquer duvidas visite o cite http://www.manualdomundo.com.br/2012/06/como-fazer-um-dinossauro-de-papelao/ e veja o video-aula de como monta ele.
Clique na imagem em baixo para fazer o download do modelo do dinossauro em Pdf.
Pré-História
sábado, 19 de janeiro de 2013
sábado, 10 de novembro de 2012
Caminhando com as bestas
Caminhando com as bestas
“Walking with Beast” (Em português: Caminhando com as Bestas/Feras. Em Portugal editado com o nome “O Tempo das Feras”) é um documentário de 2001 produzido pela BBC no Reino Unido, narrado por Kenneth Branagh. Na América do Norte foi editado com o nome “Walking with Prehistoric Beasts”, e a sua transmissão no Discovery Channel foi narrada por Stockard Channing. Em Portugal é narrada por Eduardo Rêgo e foi transmitida pela primeira vez na SIC. Tal como o seu antecessor, “Walking with Dinosaurs”, que recria a vida no Mesozóico, usando uma combinação de imagens geradas por computador e modelos animatrónicos, este foca-se na vida do Cenozóico.
Em Portugal: "O Tigre Dentes de Sabre"
“Walking with Beast” (Em português: Caminhando com as Bestas/Feras. Em Portugal editado com o nome “O Tempo das Feras”) é um documentário de 2001 produzido pela BBC no Reino Unido, narrado por Kenneth Branagh. Na América do Norte foi editado com o nome “Walking with Prehistoric Beasts”, e a sua transmissão no Discovery Channel foi narrada por Stockard Channing. Em Portugal é narrada por Eduardo Rêgo e foi transmitida pela primeira vez na SIC. Tal como o seu antecessor, “Walking with Dinosaurs”, que recria a vida no Mesozóico, usando uma combinação de imagens geradas por computador e modelos animatrónicos, este foca-se na vida do Cenozóico.
Este documentário mostra entre,
outras coisas, algumas fases da evolução das baleias, do cavalo, do elefante
dos seres humanos.
Episódios
"Novo Amanhecer"
Em Portugal: "Depois dos
Dinossauros"
Data: Há 49 Milhões de anos atrás
Período: Eoceno Inferior
Local: Alemanha
Local das Filmagens: Java
O primeiro episódio retrata o
mundo quente e tropical do Eoceno, 16 milhões de anos após a extinção dos
dinossauros. Aves carnívoras gigantes como o Gastornis, são os seres dominantes
neste novo mundo, enquanto isso os mamíferos são ainda muito pequenos. Perto
está um lago que possui nas suas profundezas uma enorme quantidade de dióxido
de carbono aprisionado proveniente da actividade vulcânica da zona. Libertações
em massa de dióxido de carbono provocadas pelas actividades sísmicas e/ou
vulcânicas, capazes de perturbar o lago, são o maior potencial de perigo nesta
floresta.
O episódio narra um dia na vida
de uma família de Leptictidium. O Leptictidium é um mamífero pequeno semelhante
a uma mistura entre um canguru e um musaranho. Enquanto a família busca por
alimento, uma fêmea Gastornis persegue e mata com sucesso um Propalaeotherium e
defende seu território de outro Gastornis que é atraído pela matança.
Infelizmente, enquanto oGastornis está ocupado a caçar deixa o seu ninho ao abandono
e à mercê de uma horda de Formicium giganteum que também na sua busca por
alimento matam a cria de Gastornis que acabara de eclodir Nas margens do rio
está o Ambulocetus, ou a “baleia que caminha", está à espera de uma alguma
presa incauta que venha beber ao rio. Embora pareça um crocodilo é pois um
ancestral semi-aquático dos cetáceos, o narrador explica que é a partir do
Ambulocetus, que todas as baleias acabaram por evoluir. Ele tenta atacar a
fêmea Leptictidium e umPropalaeotherium, mas falha. Ele finalmente consegue
capturar um pequeno carnívoro, no escuro da noite.
Quando a noite chega, começam os
bandos nocturnos de primatas do género Godinotia a socializar. O episódio
termina com um sismo que provoca uma enorme libertação de dióxido de carbono a
partir do lago, sufocando a maioria dos animais que vivem nas suas margens, mas
a família de Leptictidium são uns dos sortudos dos sobreviventes ao contrário
do Ambulocetus.
Leptictidium
Gastornis
Ambulocetus
Propalaeotherium
Formicium giganteum (Formiga carnívora
gigante)
Godinotia
Creodont
Eurotamandua (Não identificado,
aparece como um Tamanduá actual)
Crocodilo
"A Baleia Assassina"
Em Portugal: "A Baleia
Predadora"
Data: Há 36 Milhões de anos atrás
Período: Eoceno Superior
Local: Paquistão e Egipto
Local das Filmagens: Flórida
O segundo episódio ocorre quando
as calotes polares começam a formar-se e mudam drasticamente as correntes
oceânicas e o clima da Terra. No início do episódio explica-se como umabaleia
primitiva, a Basilosaurus isis acasala e como o mundo está a passar por uma
“fome global” devido às alterações climáticas da época. Em terra está um
Andrewsarchus conduzido até àpraia pela sua busca de alimento, encontra uma
tartaruga-marinha. O narrador afirma que o Andrewsarchus, é o maior mamífero
predador terrestre de sempre, tem cascos e está relacionado com as ovelhas, mas
assemelha-se em muito com um lobo por isso é, num certo sentido, uma
"ovelha em pele de lobo".
De volta ao oceano, uma mãe
Basilosaurus faminta é forçada a caçar nos mangais. Aqui onde actualmente será
o Egipto e o maior deserto do mundo habitam várias espécies como é o caso
dosApidium, primatas arborícolas, crocodilos, tubarões e herbívoros chamados
Moeritherium, antepassados dos elefantes mas com aspecto de hipopótamos. A
fêmea Basilosaurus escolhe umMoeritherium solitário como presa e persegue-o,
mas este foge para uma língua de areia onde fica a salvo. Nos mangais devido às
marés, terra firme é algo que não dura muito e por isso a baleia fica à espera
de conseguir capturar o Moeritherium, mas numa das suas tentativas de captura a
Basilosaurus encalha e o herbívoro aproveita para fugir para águas menos
profundas onde a baleia nunca conseguirá chegar. Depois de se libertar a fêmea
volta para o oceano.
Voltando a terra, nomeadamente às
planícies do Paquistão, onde uma manada de Embolotherium luta para sobreviver:
uma das suas crias morre e dois Andrewsarchus tentam capturar a carcaça, mas a
mãe carrega sobre eles e tenta mantê-los afastados, porque tem um forte vínculo
com as suas crias, mesmo durante algum tempo depois de este morrerem.
No Oceano a Basilosaurus escolhe
um grupo de Dorudon para caçar e é bem sucedida, pois ficará alimentada até ao
final da gestação. O episódio termina com a mãe Basilosaurus e o seu filhote
recém-nascido nadando juntos.
Basilosaurus (Apareceu no prólogo
do primeiro episódio)
Andrewsarchus
Apidium
Moeritherium (Apareceu no prólogo
do primeiro episódio)
Embolotherium (identificado como
Brontothere; aparece no prólogo do primeiro episódio)
Dorudon
Tubarão
"Terra de Gigantes"
Data: Há 25 Milhões de anos atrás
Período: Oligoceno
Local: Mongólia
Locais das Filmagens: México e
Arizona (Grand Canyon)
Este episódio ocorre durante o
Oligoceno superior, depois de uma extinção em massa provocada pelas alterações
climáticas onde 20% das espécies extinguiram-se. Nas planícies da Mongólia no
final da época das chuvas conta-se a história da espécie Indricotherium,
nomeadamente de uma mãe e sua cria, este animal é um rinoceronte enorme sem
chifres e que foi o maior mamífero terrestre de sempre. Começa com o parto da
mãe Indricotherium que dá à luz um pequeno macho, poucos minutos após o
nascimento, a mãe tem que defender a cria de um par de Hyaenodon, gigantescos
carnívoros que foram atraídos para o local.
A partir daí mostra-se o
desenvolvimento da cria até esta atingir a maturidade tendo vários encontros
com as criaturas que habitam a zona como os Cynodictis parentes dos cães e dos
ursos e os Entelodon agressivos e gigantes parentes dos porcos. Quando a mãe volta
a engravidar esta começa a ser hostil para a cria e faz de tudo para a afastar
de si, pois agora com um novo bebé a caminho o seu filho tem que se tornar
independente e deixar a companhia da progenitora.
A narração acaba com o jovem
macho semanas mais tarde querendo voltar para a mãe mas esta já tem a nova cria
e agora encara o seu filho mais velho como um ameaça e volta a expulsá-lo.
Depois aparece o macho uma última vez vagueando só e independente.
Indricotherium (identificado como
Indricothere; aparece no prólogo do primeiro episódio)
Hyaenodon
Chalicotherium (identificado como
Chalicothere)
Cynodictis (identificado como
cão-urso)
Entelodon (Aparece no prólogo do
primeiro episódio)
"Parentes Próximos"
Data: Há 3,2 Milhões de anos
atrás
Período: Plioceno Superiror
Local: Etiópia
Local das Filmagens: África do
Sul e Grande Vale do Rift
O episódio tem lugar no Grande
Vale do Rift no nordeste de África. O clima mudou e agora grandes pastagens
substituíram as vastas florestas africanas, neste novo ambiente propício à
evoluçãoencontramos um pequeno grupo de hominídeos conhecidos por
Australopithecus, um dos primeiros capaz de andar sobre duas pernas em postura
bípede e é o nosso ancestral. OAustralopithecus evoluiu para andar erecto, a
fim de melhor se deslocar pelas planícies, bem como para subir às árvores. No
entanto, o narrador afirma que embora os Australopithecus façam lembrar os
humanos, estes só têm ainda um cérebro do tamanho do de um chimpanzé.
Alguns dos comportamentos
mostrados no episódio são os estreitos vínculos sociais entre o grupo, eles
catam-se como um meio de relacionamento, e como trabalham juntos para procurar
alimento e para defender o grupo de ataques de animais, como de um macho
irritado de Deinotherium, um ancestral do elefante moderno, e do Dinofelis um
predador felino. Os confrontos entre grupos rivais de Australopithecus são
comuns, embora a maioria dos confrontos sejam apenas para demonstrar a
supremacia uns dos outros.
Existe também uma história que
nós fala de um Australopithecus jovem, apelidado de "Blue", que tenta
integrar-se no seu grupo depois de ter ficado órfão. No fim durante um ataque
do Dinofelis“Blue” fica encurralado pelo predador mas todo o grupo se une para
afugentá-lo e assim mostra-se como “Blue” conseguiu integrar-se, a ponto de ser
tão importante para o grupo, que os outros tenham que enfrentem um predador,
para salvar-lhe a vida.
Australopithecus (Aparece no
prólogo do primeiro episódio)
Deinotherium
Ancylotherium
Dinofelis
"Dente de Sabre"
Em Portugal: "O Tigre Dentes de Sabre"
Data: Há 1 Milhão de anos atrás
Período: Pleistoceno Inferior
Local: Paraguai
Local das filmagens: Brasil
O quinto episódio mostra a
estranha fauna do continente América do Sul e os efeitos do Grande Intercâmbio
Americano, que tinha acontecido 1,5 milhões anos antes. Desde que a América do
Sul se tinha separado da Antárctida há 30 milhões de anos, muitos mamíferos
evoluíram e tornaram-se únicos do continente, incluindo o Doedicurus, um tatu
gigante blindado e com uma massa cheia de espinhos no final da cauda que
utilizava para combate e defesa, o Macrauchenia, um herbívoro parecido com o
camelo com um pescoço longo e o Megatherium, uma preguiça terrestre gigante.
Antes dos continentes da América
do Sul e da América do Norte colidirem, uma ave predadora com cerca de 3,5
metros e altura chamada Phorusrhacos, reinava como predador de topo. No
entanto, os grandes felinos, que migraram a partir do norte, rapidamente se
sobrepuseram às aves gigantes e tornaram-se os predadores de topo.
Centrando-se num Smilodon macho,
chamado “Meio Dente”, cuja liderança do seu grupo está ameaçada por dois machos
irmãos que representam uma ameaça conjunta. Certo dia os machos rivais
finalmente conseguem expulsar “Meio Dente” quando este recua percebendo que não
está à altura do desafio evitando assim ferimentos graves ou até a morte. Os
machos matam os filhotes de "Meio Dente" conseguindo assim a
subordinação por parte das fêmeas do grupo. Depois de uma caçada o grupo
encontra-se a comer, no entanto, um Megatherium, que quer comer carne como
suplemento dietético, apodera-se da carcaça e mata um dos irmãos, permitindo a
“Meio Dente” voltar, destronar o outro macho e reivindicar o seu território e o
seu grupo.
Phorusrhacos
Smilodon (Aparece no prólogo do
primeiro episódio)
Doedicurus clavicaudatus (Aparece
no prólogo do primeiro episódio)
Macrauchenia (Aparece no prólogo
do primeiro episódio)
Megatherium (Aparece no prólogo
do primeiro episódio)
"A Viagem do Mamute"
Data: Há 30.000 Anos atrás
Período: Pleistoceno superior
Local: Mar do Norte e Alpes
Suíços
Local das Filmagens: Yukon
(Canadá)
O sexto episódio ocorre durante a
última Era Glacial. Começa no pico do verão. O Mar do Norte tornou-se uma
enorme pastagem para todos os herbívoros da era glacial, porque o gelo nas
calotes polares fez com que o nível do mar caísse significativamente. Nas
planícies há grandes manadas de mamutes, renas e bisontes. Um clã de Cro-Magnon
também está lá para passar o Verão. O foco central do episódio é a migração da
manada de mamutes que viajam 400 km do Mar do Norte aos Alpes suíços para
passar o Inverno e o regresso na Primavera.
Com o chegar do Outono o mamutes
dão início à sua longa viagem para sul, é também nesta altura do ano que ocorre
a época de acasalamento dos Megaloceros veados grandes, com enormeshastes, os
machos lutam pelos direitos de um harém de fêmeas. Distraídos com a luta, os
machos Megaloceros, caem numa emboscada de um grupo de Cro-Magnon que consegue
matar um deles. Entretanto um mamute fêmea e a sua cria separam-se da manada
porque a cria não consegue acompanhar o passo da manada e a progenitora não a
quer abandonar. Apesar de não terem a protecção da manada a fêmea consegue
proteger a cria de um leão europeu. Quando a manada de mamutes chega aos Alpes
suíços, a mãe e o bebé mamute reúnem-se novamente com a sua manada.
O episódio também mostra um
Neandertal, que ao procurar madeira para acender uma fogueira não dá conta que
assusta um rinoceronte lanudo e este não hesita em avançar sobre o Neandertal.
Mas escapa com vida, em parte devido à sua constituição robusta. O clímax do
episódio é quando um grupo dos Neandertais atacar a manada de mamutes na
primavera durante a viagem de regresso para o Norte. Os Neandertais são
caçadores de talento que são capazes de perseguir os mamutes até um penhasco
usando fogo e lanças e depois conduzindo os animais para a beira do penhasco e
estes morrerem de uma queda de vários metros.
O episódio termina no Museu de
História Natural da Universidade de Oxford com os visitantes olhando para
vários esqueletos de alguns animais que tiveram destaque na série. As palavras
finais do narrador são: "Nós construímos museus para celebrar o passado, e
passamos décadas a estudar a vida pré-histórica. E se tudo isso nos ensinou alguma
coisa, é que: nenhuma espécie dura para sempre."
Mamute Lanoso (Aparece no prólogo
do primeiro episódio)
Homo Sapiens (Actores; aparece no
prólogo do primeiro episódio)
Megaloceros
Panthera leo (identificado como
Leão das Cavernas)
Homo neanderthalensis (actores)
Rinoceronte lanudo
Saiga
Bisonte
Livro
Um livro foi escrito por Tim
Haines para acompanhar a primeira exibição da série em 2001. Ao contrário de
Walking with Dinosaurs, este livro é mais preciso na descrição de cada
episódio. Por outro lado, como em Walking With Dinosaurs, a versão escrita de
Walking With Beasts foi mais longe na explicação da ciência sobre a qual muito
do programa tem como base e inclui descrições de vários animais não
identificados ou sem destaque na série. Em Portugal o livro recebe o mesmo nome
da série; "O Tempo das Feras- Um Sáfari Pré-Histórico" e os direitos
reservados para Portugal são da Editorial Notícias.
Diferenças em relação ao
Documentário
Capítulo “Nova Aurora”/Episódio
“Novo Amanhecer”
No início do episódio "Nova
Aurora", o Gastornis fêmea tenta capturar um Leptictidium após o pequeno
animal ter confrontado outro da sua espécie, no livro, o ataque de Gastornis
vem mais tarde durante o dia, quando o Leptictidium leva as suas crias a caçar
e não há confronto entre dois Leptictidium.
No livro, o Ambulocetus co-existe
mais ou menos pacificamente com os crocodilos, mesmo depois de um confronto em
relação a um animal que ele tinha morto. No documentário, não há qualquer
confronto com os crocodilos.
No documentário, o ataque de
formigas não incomoda os Propalaeotherium. No livro, os Propalaeotherium são
algumas das primeiras criaturas a escapar da colónia de formigas, também, ao
contrário do documentário, algumas formigas mordem um Leptictidium jovem no
livro, mas são comidas pela mãe Leptictidium.
No livro, após o Gastornis ter
capturado e comido um Propalaeotherium, ele regressa ao seu ninho e começa a
ser mordido pelas formigas, ao contrário do documentário, onde isto não ocorre.
Além disso, algumas formigas voadoras (ausentes no documentário) são comidas
pelo Godinotia durante a noite, e o animal capturado pelo Ambulocetus durante a
noite é umcreodont, invés de um Cynodictis.
Capítulo “A Baleia
Assassina”/Episódio “A Baleia Assassina”
No episódio "A Baleia
Assassina", o grupo de Dorudon é perseguido pelo Basilosaurus fêmea no
final do episódio, enquanto no livro, acontece no início do capítulo. Por
conseguinte, o acasalamento Basilosaurus não ocorre no início do capítulo do
livro, que teve lugar no documentário, mas mais tarde, depois do encontro com
os Dorudon.
No livro, os Andrewsarchus têm
sucesso ao roubar a cria morta de Embolotherium, à sua mãe. Este momento
acontece, antes da Basilosaurus ir aos mangais, em vez de ser depois, como
acontece no documentário. Além disso, o encontro do Andrewsarchus solitário com
a tartaruga marinha vem depois do encontro com o Embolotherium, enquanto que no
documentário, foi no sentido inverso.
No livro, antes de vir para os
mangues, o Basilosaurus encontra alguns tubarões Isurus, mas prefere afastar-se
dos mesmos. Também encontra alguns manatins. Nenhum dos encontros acontece no
decorrer do documentário.
No documentário, um tubarão salta
fora da água para apanhar um Apidium. No livro, o Apidium cai na água.
Capítulo “A Terra dos
Gigantes”/Episódio “Terra de Gigantes”
No livro, o Capítulo “A Terra dos
Gigantes" abre com uma Hyaenodon perseguindo alguns Cynodictis. O
documentário tem começo com o nascimento do pequeno Indricotherium.
No documentário, o Chalicotherium
é morto por um Hyaenodon, que mais tarde é roubado pelos Entelodon. No livro, o
Chalicotherium é morto por dois Hyaenodon, e estes expulsam umEntelodon
solitário.
No livro, a família inteira de
Cynodictis afoga-se, enquanto que no documentário só a mãe sobrevive. Além
disso, no documentário, o episódio termina com o jovem Indricotherium a ser
agressivo para um Entelodon, enquanto no livro é um Hyaenodon.
Capítulo “A Vingança da
Presa”/Episódio “Parentes Próximos”
No capítulo do livro "A
Vingança da presa" os Australopithecus machos, chamam-se “Greybeard” em
vez de “Grey”, e “Bruiser” em vez de “Hércules”. Além disso, a luta pelo
domínio é vencido por “Bruiser” (Hércules) sem a utilização de uma vara, ao
contrário do documentário. Também no livro os Australopithecus são muito mais
agressivos e promíscuos do que na TV.
No documentário, grupo de
“Greybeard” (Grey) é forçado a sair por um grupo rival de Australopithecus - no
livro os rivais rapidamente recuam quando ameaçados pelo “Greybeard”, algo que
não aconteceu no documentário.
No livro, durante o ataque do
Deinotherium, todo o grupo é capaz de fugir do animal, enquanto que no
documentário, o Deinotherium encurrala o grupo numa árvore.
A cena com o “Blue” examinar os
excrementos de Deinotherium não aparece no documentário, o mesmo acontece com
as cenas onde o “Blue” está a brincar com a bebé “Babble”, e onde “Bruiser”
(Hércules) intervém antes “Blue” a poça magoar.
No documentário, “Blackeye”
encontra um ovo de avestruz, mas “Greybeard” (Grey) rouba-o. No livro,
“Bruiser” (Hércules) é o primeiro a encontrar o ovo e quebra-o.
No livro, os dois machos lutam
por uma fêmea nova no grupo, no documentário, os dois lutam por uma carcaça de
zebra.
No documentário, o Dinofelis
consegue separar “Blue” do resto do grupo de Australopithecus - no livro, na
verdade, persegue-o até uma árvore e encurrala-o, e os Australopithecus
afugentam o felino para protecção mútua, e não para proteger Blue.
Capítulo “O Mundo dos
Dentes-de-Sabre”/Episódio “Dente de Sabre”
No início do episódio, é “Meio
Dente” que afugenta o Phorusrhacos, enquanto no livro é um Smilodon fêmea.
No livro a luta acasalamento dos
Doedicurus vem antes de “Meio Dente” ser derrotado pelos irmãos, enquanto que
no documentário é mais tarde. Por conseguinte, o encontro de “Meio Dente” com
um Megatherium ocorre após a luta, e só há um Megatherium, enquanto que no
documentário há dois.
No livro, depois de os irmãos
assumirem o controlo do grupo, a fêmea mais velha do grupo morre, e o desejo de
uma fêmea para acasalar faz com que os dois irmãos lutem.
No documentário, um Phorusrhacos
solitário mata um Macrauchenia jovem, no livro, há dois Phorusrhacos, e matam
uma cria de Hippidion. Além disso, o encontro entre “Meio Dente” e
umMacrauchenia macho não ocorre no livro.
No livro, os dois irmãos Smilodon
enfrentam o Megatherium, embora apenas um é morto, também, o ataque do
Phorusrhacos a um Doedicurus jovem não ocorre no documentário.
No documentário, o último irmão
morre pouco depois de “Meio Dente” o derrotar. No livro, ele e “Meio Dente”
sobrevivem.
Capítulo “A Viagem dos
Mamutes”/Episódio “A Viagem do Mamute”
O episódio começa com uma fêmea
de mamute caindo num lago gelado. No livro, isso ocorre mais tarde, com um
mamute macho.
No livro, os humanos atacam um
Megaloceros apenas, enquanto que no documentário, eles atacam dois (mas um
escapa). Além disso, um deles fica ferido pelo Megaloceros em fuga.
No Documentário, o Neandertal
consegue escapar do rinoceronte sem grandes ferimentos, no livro, o rinoceronte
quebra o quadril e pernas ao Neandertal. Além disso, o livro não tem a cena em
que dois rinocerontes se confrontam na primavera.
No livro, pelo menos, um
Neandertal é morto por um mamute, na cena da emboscada à manada à beira de um
precipício, também, apenas um mamute é morto, quando no documentário há dois.
No documentário, o confronto
entre os dois machos mamute vem no começo, no livro está no final do capítulo.
Toques Artísticos
Os animais por vezes interagem
com a câmara:
No primeiro episódio a quando do
ataque das formigas gigantes ao pintainho Gastornis, algumas passam sobre a
lente da câmara.
No segundo episódio, vários
Apidium abanam a câmara ao descer apressadamente das árvores durante o ataque
de tubarão.
Também no segundo episódio, a
cauda do Basilosaurus ocasionalmente atinge a câmara.
No terceiro episódio, quando os
Entelodon estão a lutar, eles atiram terra para a câmara.
Também no terceiro episódio, um
Indricotherium cheira a câmara.
Também no terceiro episódio, um
Indricotherium agressivamente corre e derruba a câmara no final.
No quarto episódio quando o grupo
de Australopithecus está a atirar pedras ao Dinofelis, uma delas acerta na
câmara e estilhaça a lente.
No último episódio um mamute
borrifa a câmara com lama.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Entrevista com o Paleontólogo e Paleoartista Felipe Alves Elias
Felipão caprichando no papel
© Felipe Alves Elias
Bem pessoal, percebi que muitos de nós, amantes da paleontologia e da paleoarte, temos dúvidas sobre o assunto, principalmente aqueles que querem seguir esta área profissionalmente. Por isso convidei Felipe Alves Elias, paleontólogo e paleoartista de grande talento, que por sinal é um cara muito gente boa, para dar uma entrevista ao Blog do Ikessauro, contanto sobre sua experiência profissional, respondendo algumas perguntas que fiz a ele e que, espero, vá responder às suas dúvidas leitor do Blog do Ikessauro. Clique para ler a postagem completa e leia a entrevista na íntegra e confira alguns exemplos de ilustrações do artista que é o grande amigo Felipe!
Então vamos lá, abaixo você confere a entrevista. Enviei as pergunta ao Felipe que prontamente respondeu e gentimente concedeu autorização para a publicação, então aproveitem!
Ikessauro: Como é seu nome/se apresente.
Felipe: Saudações a todos os leitores do Blog do Ikessauro! Meu nome é Felipe Alves Elias, nasci em 1980 na cidade de São Paulo, mas vivo na Baixada Santista, litoral do estado, há 26 anos. Hoje moro em Santos, que é a principal cidade da região, conhecida principalmente por causa da sua atividade portuária e pela tradição no futebol.
Ikessauro: Desde quando você curte paleontologia, vida pré-histórica?
Felipe: Desde quando eu posso me lembrar! Acho que muito disso vem do meu gosto pela natureza. Cresci em uma cidade litorânea, no meio da Mata Atlântica e rodeada por praias. Esse foi o “quintal” onde eu fui criado, mantendo contato muito estreito com as plantas, os bichos e o mar. Quando pequeno eu não gostava muito do barulho e da agitação das crianças da minha idade. Tinha um perfil mais contemplativo. Gostava de observar as coisas, era curioso. Fazia mil perguntas na minha cabeça. Acho que é um tipo de personalidade que combina bem com alguém que gosta de ciências, especialmente àquelas ligadas à natureza. Meu primeiro contato com a vida pré-histórica aconteceu quando eu tinha uns cinco anos de idade. Meus pais sempre deram muito valor aos livros, e tínhanos muitos deles nas prateleiras. Minha mãe tinha uma linda coleção do tipo enciclopédia, que ela guardava desde os tempos de menina. Eu ainda não sabia ler, mas adorava suas ilustrações. Havia algumas lindíssimas retratando dinossauros, e foram essas imagens que despertaram minha primeira curiosidade sobre o assunto.
Ikessauro: Você trabalha na área de paleontologia profissionalmente?
Felipe: Sim, tenho formação acadêmica e experiência em pesquisa científica. Hoje estou um pouco afastado das coletas de campo e do trabalho no laboratório, dedicando a maior parte do meu tempo às aulas que leciono para turmas de Ciências Biológicas e Químicas, em uma universidade santista. Quando na ativa, dedico minha atenção ao estudo da dentição de vertebrados fósseis, especialmente dinossauros, crocodilos e pterossauros. Por serem muito resistentes, os dentes costumam ser encontrados com muita frequência nos registros fósseis. Mesmo um único dente isolado pode fornecer grande variedade de informações sobre a identidade, os hábitos, a fisiologia e até as relações evolutivas de certas espécies: por isso esse tipo de pesquisa mostra um grande potencial, e sempre temos trabalho interessante a fazer.
Ikessauro: Quando decidiu que era isso que queria como profissão?
Felipe: Desde criança eu sempre soube que teria um trabalho ligado à natureza. Considerei a possibilidade de me tornar veterinário, mas com o tempo descobri que não tinha perfil para essa profissão. A opção pela paleontologia veio mais tarde. O começo da minha adolescência foi uma fase de verdadeira obsessão pelos fósseis, e acho que foi naquela época que eu comecei a tomar essa direção. Durante o ensino médio tive apoio de alguns professores muito queridos, que me ofereceram orientação valiosa sobre os caminhos e as etapas que eu precisaria vencer para atingir o meu objetivo. Foi quando eu comecei a ter certeza que aquele era o meu caminho.
Ikessauro: Qual é o melhor caminho para tornar-se paleontólogo no Brasil?
Felipe: No Brasil, como na maior parte dos outros países, não existem cursos universitários que formem profissionais de nível superior em paleontologia. Tornar-se paleontólogo significa, portanto, concluir etapas específicas de formação após a conclusão de um curso de graduação - o que chamamos de pós-graduação. É preciso ter em mente que a paleontologia é um campo de estudo multidisciplinar, que envolve várias áreas do conhecimento científico. Isso a torna uma ciência muito “democrática”, permitindo que profissionais com difererentes formações possam se especializar e atuar pesquisando fósseis. A paleontologia sempre foi um campo estreitamente ligado às ciência da Terra, em especial à geologia. A paleontologia, de fato, surgiu para atender uma necessidade prática dos geólogos vitorianos, como uma ciência aplicada que permitia a caracterização de fósseis úteis no reconhecimento de camadas geológicas de interesse econômico. Por tradição a maior parte dos programas de pós-graduação oferecidos no Brasil estão vinculados à departamentos de geociências, e pesquisadores com formação em geologia ainda são muito comuns. Os fósseis, no entanto, representam restos e vestígios da vida primitiva, e portanto, também são fazem parte da esfera das ciências biológicas. À medida que o interesse em reconstituir os hábitos de vida e as relações evolutivas das espécies preservadas no registro fóssil aumenta, um número cada vez maior de paleontólogos com formação em biologia - como é o meu caso – surge para atender essa demanda. Ainda que geólogos e biólogos juntos componham a maior fatia dos pesquisadores na ativa, a paleontologia também recebe profissionais de muitas outras áreas. Hoje alguns dos caçadores de fósseis e pesquisadores mais atuantes incluem historiadores, geógrafos, oceanógrafos e até médicos ortopedistas!
Ikessauro: Qual a área de atuação? Há mercado de trabalho e a remuneração é boa?
Felipe: A maior parte dos paleontólogos são contratados por universidades públicas e particulares, e dividem seu tempo entre a pesquisa científica e o trabalho em sala de aula, lecionando. Empresas que exploram recursos geológicos de interesse econômico, especialmente as companhias petrolíferas, também oferecem vagas para paleontólogos, que atuam no reconhecimento de microfósseis indicadores de potenciais jazidas produtoras de petróleo e gás natural. Como o número de paleontólogos no Brasil é relativamente pequeno, existem ainda várias frentes de trabalho sendo oferecidas. A remuneração varia muito, e depende de fatores como o nível de formação acadêmica, a instituição, o regime de trabalho e as atividades realizadas. Paleontólogos que trabalham em companhias petrolíferas costumam ser melhor remunerados; pesquisadores e professores titulares de universidades gozam de uma razoável estabilidade financeira, mas alunos de pós-graduação normalmente recebem auxílio financeiro através de bolsas oferecidas por entidades de apoio à pesquisa, e em geral vivem uma vida sem muito luxo.
Ikessauro: Você trabalha com paleoarte, correto? Quanto começou a levar isso a sério?
Felipe: Sempre gostei de paleoarte. Foi através dela que conheci a paleontologia. Mas nunca pensei em me envolver profissionalmente com isso. As coisas começaram a mudar em 2001. Na época eu estava no penúltimo ano do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, e uma das disciplinas que eu cursava era Didática. Para o exame final da disciplina eu tinha que desenvolver um projeto sobre um tema do meu interesse, que tivesse uma proposta voltada para a educação. Eu decidi então criar uma página na internet sobre paleontologia, com o objetivo de popularizar um pouco os conhecimentos dessa área. Foi assim que eu criei o portal Território dos Dinossauros. Eu ainda não era paleontólogo, mas me esforcei ao máximo para fazer um bom trabalho, de um jeito bem parecido com aquele que o Patrick hoje faz - com grande qualidade - em seu blog. Para ilustrar os textos que escrevia, solicitava a permissão do uso de imagem a alguns paleoartistas conhecidos. Nem todos autorizavam, e isso às vezes me deixava em apuros. Cansado de ficar implorando apoio, um dia decidi que eu mesmo iria ilustrar a página, o que me deixou mais livre para tocar meu projeto. Minhas habilidades na época eram bem limitadas, mas os internautas gostavam, e o Território dos Dinossauros era muito popular na época. Essa popularidade me proporcionou visibilidade, e aos poucos as pessoas começaram a me conhecer e acreditar no meu trabalho. Então surgiram os primeiros convites profissionais. Um amigo de João Pessoa me propos ilustrar um livro que estava escrevendo, e foi uma experiência muito bacana! Cheguei a produzir algumas imagens para uma matéria na revista Scientific American, e trabalhei como consultor em uma série de livros da Editora Globo, com o personagem Horácio, criado pelo cartunista Maurício de Sousa. Nada foi planejado, mas eu resolvi apostar, e sempre que um convite interessante surgia, eu aproveitava a oportunidade ao máximo. Em 2005 eu já estava desenvolvendo minha pesquisa no programa de pós-graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), quando recebi o convite para produzir ilustrações para a exposição Dinos-na-Oca, a maior do gênero que já foi feita no Brasil. Foi uma experiência incrível, e poder ter feito parte dela foi um grande presente. Muitas portas desde então se abriram. Trabalhei em vários projetos diferentes, todos incríveis. O mais recente deles foi o livro O GUIA COMPLETO DOS DINOSSAUROS DO BRASIL, escrito pelo Prof. Luiz Anelli, da Universidade de São Paulo, que está sendo muito bem recebido pelo público.
Ikessauro: O que é preciso para ser um bom paleoartista?
Felipe: O primeiro ponto – e o mais óbvio - é ter alguma habilidade ou treinamento em artes. Pode ser ilustração, escultura ou até mesmo modelagem digital. A arte é o instrumento pelo qual o paleoartista transmite o conceito! Cada profissional desenvolve o seu próprio estilo, aperfeiçoando uma determinada técnica que vai se adequar a um tipo específico de mídia. A paleoarte pode ser representada por imagens, réplicas ou modelos criados digitalmente. Modelos em vida dos seres pré-históricos, seja em escala ou tamanho natural, são peças sempre atrativas em exposições abertas ao público. Paleoartistas que atuam em museus, assim, atendem uma grande demanda de trabalhos dessa natureza, necessitando desenvolver técnicas especiais para reproduzir peças com o máximo de detalhe, capazes de agradar mesmo os olhos dos observadores mais atentos. Outros paleoartistas atendem principalmente projetos destinados à mídia impressa, como livros, encartes, pôsteres, álbuns de figurinhas, jornais e revistas. Esse é o tipo de veículo em que a ilustração tem um impacto muito grande, e várias técnicas de pintura e desenho tradicionais ou digitais podem ser igualmente aplicadas. A demanda mais recente, que vem ganhando muita visibilidade, corresponde às reconstruções digitais. Hoje temos alguns excelentes paleoartistas brasileiros atuando nesse segmento, e seus trabalhos podem gerar animações realistas veiculadas em video-documentários, softwares interativos ou páginas web. Mas se a habilidade artística é o instrumento de ação da paleoarte, a ciência é a fonte de todo o conceito. Ela orienta a prática, revela os caminhos e as escolhas a serem tomadas. Por isso ainda que trabalhe sob a supervisão atenta de um paleontólogo, o paleoartista profissional precisa conhecer bem o seu objeto de estudo: precisa entender de anatomia, de fisiologia, de biomecânica, de ecologia, de geologia e de várias outras disciplinas associadas. São esses conhecimentos que o capacitam a interpretar as informações fornecidas pelos fósseis e reproduzir esses dados no trabalho prático. Não existe paleoarte sem ciência. Criaturas ditas “pré-históricas”, que aparecem com frequência em desenhos animados como “Os Flinstones”, filmes como “O Parque dos Dinossauros” e séries como “Invasores Primitivos” não podem, portanto, ser consideradas como resultado do trabalho paleoartístico.
Ikessauro: O que sugere aos que desejam seguir a carreira de paleontólogo e/ou paleoartista?
Felipe: O que eu aprendi com o tempo é que uma carreira nessa área se constrói da mesma forma que em qualquer outro campo profissional. Seriedade e ética não são requisitos opcionais, são fundamentais. Construir uma boa reputação é um processo lento e muito trabalhoso, mas basta um erro para colocar tudo abaixo. Vale todo o cuidado para não ser pego na armadilha do deslumbramento! A paleontologia é dinâmica, e a cada nova descoberta conceitos são revistos: idéias antigas são abandonadas na mesma velocidade que outras tomam o seu lugar. A ciência nos coloca sempre diante do abismo da nossa própria ignorância: sejam, portanto, humildes e jamais fechem a mente para aprender coisas novas. Por fim, busquem sempre um diferencial. Explorem campos que outras pessoas ainda não exploraram. Aproveitem as oportunidades com responsabilidade e sabedoria. Destaquem-se. Façam a diferença.
Ikessauro: Cite quais são seus maiores referenciais como paleoartista. Em outras palavras, quais profissionais da área você admira mais?
Felipe: São muitos, com certeza! Zdenêk Burian, Douglas Henderson, John Bindon, o casal Czerkas, os irmãos Kennis, John Gurche, James Gurney, Michael Skrepnick, Gregory S. Paul são apenas alguns exemplos, profissionais consagradíssimos e admirados por todos. As gerações mais atuais de paleoartistas também contribuem com nomes que eu respeito muito, como os já bem conhecidos Raúl Martin, Maurício Antón e David Krentz, além de Julius Csotonyi, que vem se destacando com trabalhos muito bacanas. Mas há três que, acima de todos, exercem uma influência enorme no meu trabalho e nas minhas escolhas, e por isso eu reservo sempre uma menção especial a eles. Um é Mark Hallett: ele tem um trabalho maravilhoso, que eu acompanhei desde a minha infância. Suas ilustrações sempre me encantaram, e influenciaram de forma muito marcante a minha escolha pela paleontologia como profissão. Hallett começou como ilustrador da vida selvagem, e transferiu toda essa vivência para as suas reproduções da vida pré-histórica: o trabalho anatômico e volumétrico que ele imprime nas suas restaurações confere uma veracidade aos animais que retrata como poucos conseguem fazer. Outro paleoartista que admiro bastante é o Jorge Blanco. Em muitos aspectos o trabalho dele é semelhante ao do Hallett, mas o Blanco tem um perfil muito próprio, uma estética que é incrível. E ele não é apenas um grande ilustrador, mas também cria modelos tridimensionais de uma qualidade impressionante. Em 2009 eu tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente em um encontro de paleoartistas sediado na cidade do Rio de Janeiro. Pudemos conviver por uma semana e foi uma troca de experiências muito positiva. Por fim não posso esquecer de Todd Marshall: a maior parte das pessoas reconhece facilmente a influência dele quando tem contato pela primeira vez com o meu trabalho. O Marshall se tornou popular restaurando dinossauros, e é muito conhecido por incluir adornos dérmicos muito elaborados nas suas restaurações. O resultado são dinossauros cheios de atitude, com um visual que chega a ser considerado exagerado, ainda que seja muito mais parcimonioso com as conclusões científicas recentes do que as escolhas mais conservadoras, que vários paleoartistas preferem adotar seguindo uma escola de pensamento que vem sendo enfraquecida pela pesquisa paleontológica nos últimos 10 anos.
Ikessauro: Quais seus objetivos ou metas mais importantes para o futuro, como paleoartista?
Felipe: A última década foi muito positiva para a paleontologia e, consequentemente, para o trabalho dos paleoartistas. Até os anos 90 quase não haviam exposições de fósseis no Brasil, e a maioria das pessoas jamais havia ouvido falar em dinossauros. Então, entre 1992 e 1993, quando começava a ser exibido na televisão o seriado “Família Dinossauro”, e logo depois era lançado o filme “O Parque dos Dinossauros”, houve uma grande explosão de popularidade dos dinossauros. Esse foi um marco muito importante, porque os brasileiros começaram a se interessar pelo assunto. A partir os museus brasileiros começaram a implementar suas exposições paleontológicas e surgiram boas oportunidades de atuação para os paleoartistas. Hoje nosso trabalho tem uma boa visibilidade - nos museus, nas exposições temporários, nos livros e até na internet. O público aprecia bastante o que fazemos, o que é muito gratificante! Ainda somos poucos, mas o nível profissional dos colegas brasileiros é alto. E embora nossa comunidade seja muito pequena, cultiva-se uma grande cumplicidade entre todos. Os estreantes são sempre recebidos com muito carinho e generosidade pelos mais experientes, e sempre há espaço para troca de experiências. Isso não é o tipo de coisa que se vê com frequência entre paleoartistas de outros países: lá a competitividade às vezes é bem agressiva, e esse é um grande ponto a nosso favor. Mas o caminho da paleoarte no Brasil ainda oferece muitos obstáculos, tanto para os profissionais mais experientes, como para aqueles que ainda estão tentando ingressar nesse meio. A maior dificuldade é encontrar oportunidade de trabalho fixo! De todos os paleoartistas brasileiros que conheço, talvez apenas um ou dois atuam hoje em regime de dedicação exclusiva. A grande maioria oferece serviços como freelance, ou seja, são contratados à medida que os projetos vão surgindo. Quando o projeto termina, são remunerado e sua participação também chega ao fim. A paleoarte é uma atividade multidisciplinar, que exige do profissional muito tempo de dedicação. Talvez muitas pessoas não acreditem, mas paleoartistas também precisam sobreviver, têm despesas e contas a pagar! Apesar da melhora na visibilidade de nosso trabalho nos últimos anos, os projetos não batem à porta todos os dias. Para garantir um rendimento financeiro mínimo, precisamos dividir nosso tempo com outras atividades. Vínculo profissional não representa apenas estabilidade financeira, mas também proporciona melhores condições de trabalho e oportunidade de aperfeiçoamento. Infelizmente a maior parte dos grupos de pesquisa paleontológica que atuam hoje nos museus e nas universidades não oferece oportunidade de trabalho regular para paleoartistas. É irônico, e aos mesmo tempo triste, constatar que nossos parceiros estejam tão pouco motivados a nos proporcionar essa integração. Quanta coisa bacana essas parcerias a longo prazo poderiam render! No momento meu maior desejo é que as coisas mudem nesse sentido. Há muita gente boa chegando por aí, mas sem muita perspectiva. E o que é pior: muitos paleoartistas bons estão desistindo, abandonando tudo pela promessa de um futuro mais promissor em outras atividades. É muito triste ver todo esse talento desperdiçado. É uma perda muito grande! Espero sinceramente que os rumos mudem, que as mentalidades mudem também, que portas se abram, e que ganhemos o carinho e o respeito que realmente merecemos. Pois somos comunicadores, a voz cientista junto ao público. Somos guardiões da memória, pois nossas mãos registram a história da paleontologia, das ideias e das mudanças. Acima de tudo nossos trabalhos cativam corações, inspirando nas novas gerações o despertar de futuros paleontólogos.
Bem, agradeço muitíssimo ao grande amigo Felipe, por ter concordado em prestar a entrevista ao Blog do Ikessauro e embora não o conheça pessoalmente, nos falamos apenas via internet, acredito que o Felipe é um cara excelente como pessoa e como profissional. Espero um dia ter a oportunidade de encontrá-lo. Até lá deixo um grande abraço a este nosso profissional que vem já há alguns anos fazendo um ótimo trabalho na divulgação científica na internet e com sua arte. Aqui nesta postagem temos apenas 3 de suas obras mais recentes, mas garanto que você caro dinófilo deve lembrar de ler o nome dele em diversas postagens aqui no Blog do Ikessauro, pois com alegria recebi autorização do Felipe já faz algum tempo para usar suas obras aqui, creditando tudo certinho é claro. Se quiser conferir mais do trabalho dessa figura, acesse uma das páginas pessoais dele.
Ele "desfossilizou" o Território dos Dinossauros recentemente e embora eu não tenha conhecido o site original, acredito que essa versão blog dele é tão bom quanto, senão melhor. Para aqueles que querem conferir mais trabalhos artísticos do Felipe, podem acessar seu outro blog pessoal, Felipe Alves Elias, onde encontrará diversos exemplos de suas ilustras e contato para trabalhos, consultoria e tudo mais. Outra página que vale a pena conferir é seu perfil e galeria no site Deviant Art. Basta clicar no nome de cada página ou acessar pelos banners da coluna de parceiros aqui do blog.
Spinosaurus Aegyptiacus
© Felipe Alves Elias
© Felipe Alves Elias
Ikessauro: Você trabalha na área de paleontologia profissionalmente?
Felipe: Sim, tenho formação acadêmica e experiência em pesquisa científica. Hoje estou um pouco afastado das coletas de campo e do trabalho no laboratório, dedicando a maior parte do meu tempo às aulas que leciono para turmas de Ciências Biológicas e Químicas, em uma universidade santista. Quando na ativa, dedico minha atenção ao estudo da dentição de vertebrados fósseis, especialmente dinossauros, crocodilos e pterossauros. Por serem muito resistentes, os dentes costumam ser encontrados com muita frequência nos registros fósseis. Mesmo um único dente isolado pode fornecer grande variedade de informações sobre a identidade, os hábitos, a fisiologia e até as relações evolutivas de certas espécies: por isso esse tipo de pesquisa mostra um grande potencial, e sempre temos trabalho interessante a fazer.
Ikessauro: Quando decidiu que era isso que queria como profissão?
Felipe: Desde criança eu sempre soube que teria um trabalho ligado à natureza. Considerei a possibilidade de me tornar veterinário, mas com o tempo descobri que não tinha perfil para essa profissão. A opção pela paleontologia veio mais tarde. O começo da minha adolescência foi uma fase de verdadeira obsessão pelos fósseis, e acho que foi naquela época que eu comecei a tomar essa direção. Durante o ensino médio tive apoio de alguns professores muito queridos, que me ofereceram orientação valiosa sobre os caminhos e as etapas que eu precisaria vencer para atingir o meu objetivo. Foi quando eu comecei a ter certeza que aquele era o meu caminho.
E não é que o cara manda bem com os mamíferos também!
Mammuthus imperator
© Felipe Alves Elias
Mammuthus imperator
© Felipe Alves Elias
Ikessauro: Qual é o melhor caminho para tornar-se paleontólogo no Brasil?
Felipe: No Brasil, como na maior parte dos outros países, não existem cursos universitários que formem profissionais de nível superior em paleontologia. Tornar-se paleontólogo significa, portanto, concluir etapas específicas de formação após a conclusão de um curso de graduação - o que chamamos de pós-graduação. É preciso ter em mente que a paleontologia é um campo de estudo multidisciplinar, que envolve várias áreas do conhecimento científico. Isso a torna uma ciência muito “democrática”, permitindo que profissionais com difererentes formações possam se especializar e atuar pesquisando fósseis. A paleontologia sempre foi um campo estreitamente ligado às ciência da Terra, em especial à geologia. A paleontologia, de fato, surgiu para atender uma necessidade prática dos geólogos vitorianos, como uma ciência aplicada que permitia a caracterização de fósseis úteis no reconhecimento de camadas geológicas de interesse econômico. Por tradição a maior parte dos programas de pós-graduação oferecidos no Brasil estão vinculados à departamentos de geociências, e pesquisadores com formação em geologia ainda são muito comuns. Os fósseis, no entanto, representam restos e vestígios da vida primitiva, e portanto, também são fazem parte da esfera das ciências biológicas. À medida que o interesse em reconstituir os hábitos de vida e as relações evolutivas das espécies preservadas no registro fóssil aumenta, um número cada vez maior de paleontólogos com formação em biologia - como é o meu caso – surge para atender essa demanda. Ainda que geólogos e biólogos juntos componham a maior fatia dos pesquisadores na ativa, a paleontologia também recebe profissionais de muitas outras áreas. Hoje alguns dos caçadores de fósseis e pesquisadores mais atuantes incluem historiadores, geógrafos, oceanógrafos e até médicos ortopedistas!
Ikessauro: Qual a área de atuação? Há mercado de trabalho e a remuneração é boa?
Felipe: A maior parte dos paleontólogos são contratados por universidades públicas e particulares, e dividem seu tempo entre a pesquisa científica e o trabalho em sala de aula, lecionando. Empresas que exploram recursos geológicos de interesse econômico, especialmente as companhias petrolíferas, também oferecem vagas para paleontólogos, que atuam no reconhecimento de microfósseis indicadores de potenciais jazidas produtoras de petróleo e gás natural. Como o número de paleontólogos no Brasil é relativamente pequeno, existem ainda várias frentes de trabalho sendo oferecidas. A remuneração varia muito, e depende de fatores como o nível de formação acadêmica, a instituição, o regime de trabalho e as atividades realizadas. Paleontólogos que trabalham em companhias petrolíferas costumam ser melhor remunerados; pesquisadores e professores titulares de universidades gozam de uma razoável estabilidade financeira, mas alunos de pós-graduação normalmente recebem auxílio financeiro através de bolsas oferecidas por entidades de apoio à pesquisa, e em geral vivem uma vida sem muito luxo.
Não vamos esquecer do Dimetrodon, outro trabalho excelente
© Felipe Alves Elias
© Felipe Alves Elias
Ikessauro: Você trabalha com paleoarte, correto? Quanto começou a levar isso a sério?
Felipe: Sempre gostei de paleoarte. Foi através dela que conheci a paleontologia. Mas nunca pensei em me envolver profissionalmente com isso. As coisas começaram a mudar em 2001. Na época eu estava no penúltimo ano do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, e uma das disciplinas que eu cursava era Didática. Para o exame final da disciplina eu tinha que desenvolver um projeto sobre um tema do meu interesse, que tivesse uma proposta voltada para a educação. Eu decidi então criar uma página na internet sobre paleontologia, com o objetivo de popularizar um pouco os conhecimentos dessa área. Foi assim que eu criei o portal Território dos Dinossauros. Eu ainda não era paleontólogo, mas me esforcei ao máximo para fazer um bom trabalho, de um jeito bem parecido com aquele que o Patrick hoje faz - com grande qualidade - em seu blog. Para ilustrar os textos que escrevia, solicitava a permissão do uso de imagem a alguns paleoartistas conhecidos. Nem todos autorizavam, e isso às vezes me deixava em apuros. Cansado de ficar implorando apoio, um dia decidi que eu mesmo iria ilustrar a página, o que me deixou mais livre para tocar meu projeto. Minhas habilidades na época eram bem limitadas, mas os internautas gostavam, e o Território dos Dinossauros era muito popular na época. Essa popularidade me proporcionou visibilidade, e aos poucos as pessoas começaram a me conhecer e acreditar no meu trabalho. Então surgiram os primeiros convites profissionais. Um amigo de João Pessoa me propos ilustrar um livro que estava escrevendo, e foi uma experiência muito bacana! Cheguei a produzir algumas imagens para uma matéria na revista Scientific American, e trabalhei como consultor em uma série de livros da Editora Globo, com o personagem Horácio, criado pelo cartunista Maurício de Sousa. Nada foi planejado, mas eu resolvi apostar, e sempre que um convite interessante surgia, eu aproveitava a oportunidade ao máximo. Em 2005 eu já estava desenvolvendo minha pesquisa no programa de pós-graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), quando recebi o convite para produzir ilustrações para a exposição Dinos-na-Oca, a maior do gênero que já foi feita no Brasil. Foi uma experiência incrível, e poder ter feito parte dela foi um grande presente. Muitas portas desde então se abriram. Trabalhei em vários projetos diferentes, todos incríveis. O mais recente deles foi o livro O GUIA COMPLETO DOS DINOSSAUROS DO BRASIL, escrito pelo Prof. Luiz Anelli, da Universidade de São Paulo, que está sendo muito bem recebido pelo público.
Ikessauro: O que é preciso para ser um bom paleoartista?
Felipe: O primeiro ponto – e o mais óbvio - é ter alguma habilidade ou treinamento em artes. Pode ser ilustração, escultura ou até mesmo modelagem digital. A arte é o instrumento pelo qual o paleoartista transmite o conceito! Cada profissional desenvolve o seu próprio estilo, aperfeiçoando uma determinada técnica que vai se adequar a um tipo específico de mídia. A paleoarte pode ser representada por imagens, réplicas ou modelos criados digitalmente. Modelos em vida dos seres pré-históricos, seja em escala ou tamanho natural, são peças sempre atrativas em exposições abertas ao público. Paleoartistas que atuam em museus, assim, atendem uma grande demanda de trabalhos dessa natureza, necessitando desenvolver técnicas especiais para reproduzir peças com o máximo de detalhe, capazes de agradar mesmo os olhos dos observadores mais atentos. Outros paleoartistas atendem principalmente projetos destinados à mídia impressa, como livros, encartes, pôsteres, álbuns de figurinhas, jornais e revistas. Esse é o tipo de veículo em que a ilustração tem um impacto muito grande, e várias técnicas de pintura e desenho tradicionais ou digitais podem ser igualmente aplicadas. A demanda mais recente, que vem ganhando muita visibilidade, corresponde às reconstruções digitais. Hoje temos alguns excelentes paleoartistas brasileiros atuando nesse segmento, e seus trabalhos podem gerar animações realistas veiculadas em video-documentários, softwares interativos ou páginas web. Mas se a habilidade artística é o instrumento de ação da paleoarte, a ciência é a fonte de todo o conceito. Ela orienta a prática, revela os caminhos e as escolhas a serem tomadas. Por isso ainda que trabalhe sob a supervisão atenta de um paleontólogo, o paleoartista profissional precisa conhecer bem o seu objeto de estudo: precisa entender de anatomia, de fisiologia, de biomecânica, de ecologia, de geologia e de várias outras disciplinas associadas. São esses conhecimentos que o capacitam a interpretar as informações fornecidas pelos fósseis e reproduzir esses dados no trabalho prático. Não existe paleoarte sem ciência. Criaturas ditas “pré-históricas”, que aparecem com frequência em desenhos animados como “Os Flinstones”, filmes como “O Parque dos Dinossauros” e séries como “Invasores Primitivos” não podem, portanto, ser consideradas como resultado do trabalho paleoartístico.
Ikessauro: O que sugere aos que desejam seguir a carreira de paleontólogo e/ou paleoartista?
Felipe: O que eu aprendi com o tempo é que uma carreira nessa área se constrói da mesma forma que em qualquer outro campo profissional. Seriedade e ética não são requisitos opcionais, são fundamentais. Construir uma boa reputação é um processo lento e muito trabalhoso, mas basta um erro para colocar tudo abaixo. Vale todo o cuidado para não ser pego na armadilha do deslumbramento! A paleontologia é dinâmica, e a cada nova descoberta conceitos são revistos: idéias antigas são abandonadas na mesma velocidade que outras tomam o seu lugar. A ciência nos coloca sempre diante do abismo da nossa própria ignorância: sejam, portanto, humildes e jamais fechem a mente para aprender coisas novas. Por fim, busquem sempre um diferencial. Explorem campos que outras pessoas ainda não exploraram. Aproveitem as oportunidades com responsabilidade e sabedoria. Destaquem-se. Façam a diferença.
Ikessauro: Cite quais são seus maiores referenciais como paleoartista. Em outras palavras, quais profissionais da área você admira mais?
Felipe: São muitos, com certeza! Zdenêk Burian, Douglas Henderson, John Bindon, o casal Czerkas, os irmãos Kennis, John Gurche, James Gurney, Michael Skrepnick, Gregory S. Paul são apenas alguns exemplos, profissionais consagradíssimos e admirados por todos. As gerações mais atuais de paleoartistas também contribuem com nomes que eu respeito muito, como os já bem conhecidos Raúl Martin, Maurício Antón e David Krentz, além de Julius Csotonyi, que vem se destacando com trabalhos muito bacanas. Mas há três que, acima de todos, exercem uma influência enorme no meu trabalho e nas minhas escolhas, e por isso eu reservo sempre uma menção especial a eles. Um é Mark Hallett: ele tem um trabalho maravilhoso, que eu acompanhei desde a minha infância. Suas ilustrações sempre me encantaram, e influenciaram de forma muito marcante a minha escolha pela paleontologia como profissão. Hallett começou como ilustrador da vida selvagem, e transferiu toda essa vivência para as suas reproduções da vida pré-histórica: o trabalho anatômico e volumétrico que ele imprime nas suas restaurações confere uma veracidade aos animais que retrata como poucos conseguem fazer. Outro paleoartista que admiro bastante é o Jorge Blanco. Em muitos aspectos o trabalho dele é semelhante ao do Hallett, mas o Blanco tem um perfil muito próprio, uma estética que é incrível. E ele não é apenas um grande ilustrador, mas também cria modelos tridimensionais de uma qualidade impressionante. Em 2009 eu tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente em um encontro de paleoartistas sediado na cidade do Rio de Janeiro. Pudemos conviver por uma semana e foi uma troca de experiências muito positiva. Por fim não posso esquecer de Todd Marshall: a maior parte das pessoas reconhece facilmente a influência dele quando tem contato pela primeira vez com o meu trabalho. O Marshall se tornou popular restaurando dinossauros, e é muito conhecido por incluir adornos dérmicos muito elaborados nas suas restaurações. O resultado são dinossauros cheios de atitude, com um visual que chega a ser considerado exagerado, ainda que seja muito mais parcimonioso com as conclusões científicas recentes do que as escolhas mais conservadoras, que vários paleoartistas preferem adotar seguindo uma escola de pensamento que vem sendo enfraquecida pela pesquisa paleontológica nos últimos 10 anos.
Ikessauro: Quais seus objetivos ou metas mais importantes para o futuro, como paleoartista?
Felipe: A última década foi muito positiva para a paleontologia e, consequentemente, para o trabalho dos paleoartistas. Até os anos 90 quase não haviam exposições de fósseis no Brasil, e a maioria das pessoas jamais havia ouvido falar em dinossauros. Então, entre 1992 e 1993, quando começava a ser exibido na televisão o seriado “Família Dinossauro”, e logo depois era lançado o filme “O Parque dos Dinossauros”, houve uma grande explosão de popularidade dos dinossauros. Esse foi um marco muito importante, porque os brasileiros começaram a se interessar pelo assunto. A partir os museus brasileiros começaram a implementar suas exposições paleontológicas e surgiram boas oportunidades de atuação para os paleoartistas. Hoje nosso trabalho tem uma boa visibilidade - nos museus, nas exposições temporários, nos livros e até na internet. O público aprecia bastante o que fazemos, o que é muito gratificante! Ainda somos poucos, mas o nível profissional dos colegas brasileiros é alto. E embora nossa comunidade seja muito pequena, cultiva-se uma grande cumplicidade entre todos. Os estreantes são sempre recebidos com muito carinho e generosidade pelos mais experientes, e sempre há espaço para troca de experiências. Isso não é o tipo de coisa que se vê com frequência entre paleoartistas de outros países: lá a competitividade às vezes é bem agressiva, e esse é um grande ponto a nosso favor. Mas o caminho da paleoarte no Brasil ainda oferece muitos obstáculos, tanto para os profissionais mais experientes, como para aqueles que ainda estão tentando ingressar nesse meio. A maior dificuldade é encontrar oportunidade de trabalho fixo! De todos os paleoartistas brasileiros que conheço, talvez apenas um ou dois atuam hoje em regime de dedicação exclusiva. A grande maioria oferece serviços como freelance, ou seja, são contratados à medida que os projetos vão surgindo. Quando o projeto termina, são remunerado e sua participação também chega ao fim. A paleoarte é uma atividade multidisciplinar, que exige do profissional muito tempo de dedicação. Talvez muitas pessoas não acreditem, mas paleoartistas também precisam sobreviver, têm despesas e contas a pagar! Apesar da melhora na visibilidade de nosso trabalho nos últimos anos, os projetos não batem à porta todos os dias. Para garantir um rendimento financeiro mínimo, precisamos dividir nosso tempo com outras atividades. Vínculo profissional não representa apenas estabilidade financeira, mas também proporciona melhores condições de trabalho e oportunidade de aperfeiçoamento. Infelizmente a maior parte dos grupos de pesquisa paleontológica que atuam hoje nos museus e nas universidades não oferece oportunidade de trabalho regular para paleoartistas. É irônico, e aos mesmo tempo triste, constatar que nossos parceiros estejam tão pouco motivados a nos proporcionar essa integração. Quanta coisa bacana essas parcerias a longo prazo poderiam render! No momento meu maior desejo é que as coisas mudem nesse sentido. Há muita gente boa chegando por aí, mas sem muita perspectiva. E o que é pior: muitos paleoartistas bons estão desistindo, abandonando tudo pela promessa de um futuro mais promissor em outras atividades. É muito triste ver todo esse talento desperdiçado. É uma perda muito grande! Espero sinceramente que os rumos mudem, que as mentalidades mudem também, que portas se abram, e que ganhemos o carinho e o respeito que realmente merecemos. Pois somos comunicadores, a voz cientista junto ao público. Somos guardiões da memória, pois nossas mãos registram a história da paleontologia, das ideias e das mudanças. Acima de tudo nossos trabalhos cativam corações, inspirando nas novas gerações o despertar de futuros paleontólogos.
Bem, agradeço muitíssimo ao grande amigo Felipe, por ter concordado em prestar a entrevista ao Blog do Ikessauro e embora não o conheça pessoalmente, nos falamos apenas via internet, acredito que o Felipe é um cara excelente como pessoa e como profissional. Espero um dia ter a oportunidade de encontrá-lo. Até lá deixo um grande abraço a este nosso profissional que vem já há alguns anos fazendo um ótimo trabalho na divulgação científica na internet e com sua arte. Aqui nesta postagem temos apenas 3 de suas obras mais recentes, mas garanto que você caro dinófilo deve lembrar de ler o nome dele em diversas postagens aqui no Blog do Ikessauro, pois com alegria recebi autorização do Felipe já faz algum tempo para usar suas obras aqui, creditando tudo certinho é claro. Se quiser conferir mais do trabalho dessa figura, acesse uma das páginas pessoais dele.
Ele "desfossilizou" o Território dos Dinossauros recentemente e embora eu não tenha conhecido o site original, acredito que essa versão blog dele é tão bom quanto, senão melhor. Para aqueles que querem conferir mais trabalhos artísticos do Felipe, podem acessar seu outro blog pessoal, Felipe Alves Elias, onde encontrará diversos exemplos de suas ilustras e contato para trabalhos, consultoria e tudo mais. Outra página que vale a pena conferir é seu perfil e galeria no site Deviant Art. Basta clicar no nome de cada página ou acessar pelos banners da coluna de parceiros aqui do blog.
Informaçãoes do cite:ikessauro.com
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Doedicurus
Doedicurus
Nome Científico: Doedicurus clavicaudatus.
Significado do Nome: Cauda de Pilão
Tamanho: de 3,6 a 4 metros de comprimento e 1,65 metros de altura.
Peso: cerca de 2 toneladas.
Alimentação: Herbívora.
Período: Pleistoceno.
Local: Argentina, Brasil e Uruguai.
O Doedicurus clavicaudatus habitava as planícies e bosques mantendo uma dieta herbívora e viveu na América do Sul, onde deveria conviver com o Smilodon populator, o maior dos dentes de sabre, que habitava o Brasil e provavelmente boa parte da América do Sul. Além deste, o Doedicurus encontrou oMacrauchenia, um parente dos Camelos e a ave do terror chamada Phorusrhacos .
Os paleontólogos R. Ernesto Blanco, Washington Jones and Andres Rinderknecht fizeram uma pesquisa a respeito do uso das caudas de várias espécies de gliptodontes, incluindo oDoedicurus e acabaram chegando à conclusão de que eram mesmo ferramentas para lutas entre indivíduos da mesma espécie.
No caso do Doedicurus, sua clava devia ser mais usada para lutar com outros machos por fêmeas ou território, em vez de ser usada para defender-se contra os predadores como oSmilodon, pois sua carapaça já era suficientemente forte para protegê-lo de ataques. Além do mais, o uso da clava era limitado porque o animal não tinha um grande campo de visão, uma vez que a carapaça limitava o alcance da vista do bicho que só via o que estava na frente ou na lateral da frente do corpo.
Se um predador atacasse por trás, teria que bater nele às cegas, balançando a cauda para todos os lados sem saber se ia ou não ferir o atacante. No estudo de McNeill Alexander é apresentado outro indício de que essa cauda não era tão usada na defesa, são placas ósseas do animal encontradas com indícios de fraturas, causadas por uma força igual à produzida pelos músculos da cauda. Isto pode indicar que eles lutavam entre si e acabavam infringindo danos na carapaça de outros machos, reforçando a ideia do combate intraespecífico. Apesar de tudo, muitos artistas retratam o animal usando a cauda como forma de defesa contra predadores, como nas imagens abaixo.
Falando na cauda, é dela que vem o nome Doedicurus, que significa "Cauda de Pilão", em referência à forma da cauda, pois se retiramos os espinhos, ficam com uma forma semelhante a de um pilão de moer grãos.
A carapaça era fortemente grudada na pélvis, mas era solta em volta dos ombros, com uma espécie de cúpula mais alta, a qual McNeill e seus colegas acreditam ser uma espécie de reserva de gordura como a corcova dos Camelos, que servia para suprir energias do animal em tempos de seca e amortecer golpes da cauda de outros Doedicurus durante as lutas.
Como este animal viveu até pouco tempo atrás se comparado com toda a história geológica da Terra, até cerca de 11,000 anos, deve ter encontrado os primeiros seres humanos e por isso alguns pesquisadores acreditam que assim como Mamutes, Mastodontes entre outros grandes animais, o "Mega-Tatu" foi caçado pelos nossos antepassados. Há alguns anos foram encontrados em Clovis, no estado do Novo México - Estados Unidos, muitas ossadas de mamíferos da megafauna pleistocênica e entre estes restos de hominídeos, incluindo várias pontas de lança feitas de pedra lascada, o que induziu os paleontólogos a pensar que os humanoides caçavam e comiam os grandes animais do local. Estes humanos primitivos teriam migrado da Ásia para a América pela beríngia, uma ligação terrestre existente entre Rússia com o Alasca na região ártica, que naquela época era visível devido ao baixo nível do oceano, pois em plena Era Glacial grande parte da água estava retida em forma de geleiras.
Porém, novos estudos sugerem que não foi bem assim e que não foram nossos ancestrais os responsáveis pela extinção da Megafauna mamífera, a começar pelo fato de que o Povo de Clovis (assim ficaram conhecidos devido ao local onde foram achados) pode não ter sido o primeiro tipo humano a chegar aqui nas Américas.
Outro fato é que de aproximadamente 76 depósitos de ossos de megafauna que acreditava-se serem restos de presas dos hominídeos, só 14 apresentam indícios reais de que os animais eram caçados, como marcas de lanças nos ossos ou resquícios de cozimento. E dos animais à disposição no ambiente, só Mamutes ou Mastodontes eram caçados. Então como poderia uma única espécie, O Povo de Clovis, acabar com todas as grandes, e põe grande nisso, espécies de mamíferos e aves existentes durante o Pleistoceno, caçando apenas com lanças.
Por isso acredito que não foram humanos que caçaram osDoedicurus, e não foi isso que os extinguiu, mas como muitos paleontólogos agora supõe, o clima foi alterado rapidamente com o fim da Era Glacial e talvez as mudanças foram bruscas demais para o Doedicurus sobreviver. Ele provavelmente comia plantas rasteiras, limitado pelo seu tamanho e forma corporal e com o derretimento de boa parte das geleiras, sobrou água que acabou por se precipitar sobre os continentes. Essas chuvas repentinas começaram a umedecer o solo e permitiram o surgimento de plantas maiores e de espécies diversas, incluindo árvores grandes que tomaram o lugar das savanas pleistocênicas.
Sem as gramíneas e um ambiente descampado, onde poderia comer e movimentar-se livremente, o Doedicurus acabou extinto, pois seu tamanho o impedia de adentrar nas matas fechadas para procurar alimento. Suponho que qualquer tentativa de entrar no meio de árvores ou em locais de terreno irregular era difícil para este bicho, pois tinha pernas curtas, era pesado e muito corpulento. Os gliptodontes menores acabaram resistindo nos pequenos descampados que restaram, evoluindo provavelmente para os Tatus atuais, que conhecemos tão bem.
Como animal pré-histórico, o Doedicurus está entre os mais famosos da megafauna, devido ao aspecto forte e uma cauda aparentemente poderosa, além do tamanho é claro, pois não é todo dia que se vê um Tatu de 4 metros de comprimento. Filmes populares não retratam o animal, mesmo porque nenhum que eu conheça abordou o tema "mamíferos extintos", o contrário do que ocorre com os dinos que são tão populares nos filmes. No quesito documentários ele é bem popular, pois todos ou a maioria dos filmes deste gênero que abordam o Pleistoceno, mostram o animal, como a série Caminhando com as Bestas da emissora britânica BBC, que no episódio "Sabre-Tooth", o 5º de um total de 6, em que o Doedicurus aparece lutando com outro de sua espécie.
Outro documentário que vi recentemente e que retrata este animal é o Monstros Pré-históricos Revelados, do The History Channnel.
Até onde sei, o Doedicurus foi poucas vezes retratado em forma de brinquedo, como boneco, e o único destes que eu conheço bem e possuo é a miniatura da Safari.ltd que retrata fielmente este animal. O boneco é facilmente encontrado em lojas de brinquedos nos Estados Unidos em lojas virtuais de lá, e o preço é bem acessível, em torno de 4 a 5 dólares. Veja abaixo a imagem do boneco.
Nome Científico: Doedicurus clavicaudatus.
Significado do Nome: Cauda de Pilão
Tamanho: de 3,6 a 4 metros de comprimento e 1,65 metros de altura.
Peso: cerca de 2 toneladas.
Alimentação: Herbívora.
Período: Pleistoceno.
Local: Argentina, Brasil e Uruguai.
O Doedicurus clavicaudatus habitava as planícies e bosques mantendo uma dieta herbívora e viveu na América do Sul, onde deveria conviver com o Smilodon populator, o maior dos dentes de sabre, que habitava o Brasil e provavelmente boa parte da América do Sul. Além deste, o Doedicurus encontrou oMacrauchenia, um parente dos Camelos e a ave do terror chamada Phorusrhacos .
Os paleontólogos R. Ernesto Blanco, Washington Jones and Andres Rinderknecht fizeram uma pesquisa a respeito do uso das caudas de várias espécies de gliptodontes, incluindo oDoedicurus e acabaram chegando à conclusão de que eram mesmo ferramentas para lutas entre indivíduos da mesma espécie.
No caso do Doedicurus, sua clava devia ser mais usada para lutar com outros machos por fêmeas ou território, em vez de ser usada para defender-se contra os predadores como oSmilodon, pois sua carapaça já era suficientemente forte para protegê-lo de ataques. Além do mais, o uso da clava era limitado porque o animal não tinha um grande campo de visão, uma vez que a carapaça limitava o alcance da vista do bicho que só via o que estava na frente ou na lateral da frente do corpo.
Se um predador atacasse por trás, teria que bater nele às cegas, balançando a cauda para todos os lados sem saber se ia ou não ferir o atacante. No estudo de McNeill Alexander é apresentado outro indício de que essa cauda não era tão usada na defesa, são placas ósseas do animal encontradas com indícios de fraturas, causadas por uma força igual à produzida pelos músculos da cauda. Isto pode indicar que eles lutavam entre si e acabavam infringindo danos na carapaça de outros machos, reforçando a ideia do combate intraespecífico. Apesar de tudo, muitos artistas retratam o animal usando a cauda como forma de defesa contra predadores, como nas imagens abaixo.
Falando na cauda, é dela que vem o nome Doedicurus, que significa "Cauda de Pilão", em referência à forma da cauda, pois se retiramos os espinhos, ficam com uma forma semelhante a de um pilão de moer grãos.
A carapaça era fortemente grudada na pélvis, mas era solta em volta dos ombros, com uma espécie de cúpula mais alta, a qual McNeill e seus colegas acreditam ser uma espécie de reserva de gordura como a corcova dos Camelos, que servia para suprir energias do animal em tempos de seca e amortecer golpes da cauda de outros Doedicurus durante as lutas.
Como este animal viveu até pouco tempo atrás se comparado com toda a história geológica da Terra, até cerca de 11,000 anos, deve ter encontrado os primeiros seres humanos e por isso alguns pesquisadores acreditam que assim como Mamutes, Mastodontes entre outros grandes animais, o "Mega-Tatu" foi caçado pelos nossos antepassados. Há alguns anos foram encontrados em Clovis, no estado do Novo México - Estados Unidos, muitas ossadas de mamíferos da megafauna pleistocênica e entre estes restos de hominídeos, incluindo várias pontas de lança feitas de pedra lascada, o que induziu os paleontólogos a pensar que os humanoides caçavam e comiam os grandes animais do local. Estes humanos primitivos teriam migrado da Ásia para a América pela beríngia, uma ligação terrestre existente entre Rússia com o Alasca na região ártica, que naquela época era visível devido ao baixo nível do oceano, pois em plena Era Glacial grande parte da água estava retida em forma de geleiras.
Porém, novos estudos sugerem que não foi bem assim e que não foram nossos ancestrais os responsáveis pela extinção da Megafauna mamífera, a começar pelo fato de que o Povo de Clovis (assim ficaram conhecidos devido ao local onde foram achados) pode não ter sido o primeiro tipo humano a chegar aqui nas Américas.
Outro fato é que de aproximadamente 76 depósitos de ossos de megafauna que acreditava-se serem restos de presas dos hominídeos, só 14 apresentam indícios reais de que os animais eram caçados, como marcas de lanças nos ossos ou resquícios de cozimento. E dos animais à disposição no ambiente, só Mamutes ou Mastodontes eram caçados. Então como poderia uma única espécie, O Povo de Clovis, acabar com todas as grandes, e põe grande nisso, espécies de mamíferos e aves existentes durante o Pleistoceno, caçando apenas com lanças.
Por isso acredito que não foram humanos que caçaram osDoedicurus, e não foi isso que os extinguiu, mas como muitos paleontólogos agora supõe, o clima foi alterado rapidamente com o fim da Era Glacial e talvez as mudanças foram bruscas demais para o Doedicurus sobreviver. Ele provavelmente comia plantas rasteiras, limitado pelo seu tamanho e forma corporal e com o derretimento de boa parte das geleiras, sobrou água que acabou por se precipitar sobre os continentes. Essas chuvas repentinas começaram a umedecer o solo e permitiram o surgimento de plantas maiores e de espécies diversas, incluindo árvores grandes que tomaram o lugar das savanas pleistocênicas.
Sem as gramíneas e um ambiente descampado, onde poderia comer e movimentar-se livremente, o Doedicurus acabou extinto, pois seu tamanho o impedia de adentrar nas matas fechadas para procurar alimento. Suponho que qualquer tentativa de entrar no meio de árvores ou em locais de terreno irregular era difícil para este bicho, pois tinha pernas curtas, era pesado e muito corpulento. Os gliptodontes menores acabaram resistindo nos pequenos descampados que restaram, evoluindo provavelmente para os Tatus atuais, que conhecemos tão bem.
Como animal pré-histórico, o Doedicurus está entre os mais famosos da megafauna, devido ao aspecto forte e uma cauda aparentemente poderosa, além do tamanho é claro, pois não é todo dia que se vê um Tatu de 4 metros de comprimento. Filmes populares não retratam o animal, mesmo porque nenhum que eu conheça abordou o tema "mamíferos extintos", o contrário do que ocorre com os dinos que são tão populares nos filmes. No quesito documentários ele é bem popular, pois todos ou a maioria dos filmes deste gênero que abordam o Pleistoceno, mostram o animal, como a série Caminhando com as Bestas da emissora britânica BBC, que no episódio "Sabre-Tooth", o 5º de um total de 6, em que o Doedicurus aparece lutando com outro de sua espécie.
Outro documentário que vi recentemente e que retrata este animal é o Monstros Pré-históricos Revelados, do The History Channnel.
Até onde sei, o Doedicurus foi poucas vezes retratado em forma de brinquedo, como boneco, e o único destes que eu conheço bem e possuo é a miniatura da Safari.ltd que retrata fielmente este animal. O boneco é facilmente encontrado em lojas de brinquedos nos Estados Unidos em lojas virtuais de lá, e o preço é bem acessível, em torno de 4 a 5 dólares. Veja abaixo a imagem do boneco.
Diego de Lima Rodrigues:Se vocês quiserem o vídeo de monstros Pré-históricos ou de Caminhando com as Bestas(Walking with Beats)manda um comentário ai eu mando o download parra você.
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